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O Modelo Padrão: Uma Introdução Técnica ao Nosso Entendimento Atual do Universo

No mais alto nível de abstração, nosso conhecimento do universo físico pode ser condensado em uma única expressão simbólica. Escrita na linguagem de integrais de caminho, ela é expressa como:

\[ W = \int_{k<\Lambda} [Dg][DA][D\psi][D\Phi] \, \exp \left\{ i \int d^4x \, \sqrt{-g} \, \Bigg[ \frac{m_p^2}{2} R - \tfrac{1}{4} F^a_{\mu\nu} F^{a\mu\nu} + i \bar{\psi}^i \gamma^\mu D_\mu \psi^i + \big(\bar{\psi}_L^i V_{ij} \Phi \psi_R^j + h.c.\big) - |D_\mu \Phi|^2 - V(\Phi) \Bigg] \right\}. \]

Essa expressão, densa e compacta, é a forma integral de caminho do Modelo Padrão mais gravidade. Ela unifica a mecânica quântica, o espaço-tempo, a matéria, as forças e a geração de massa em um único quadro. Vamos dissecá-la parte por parte.

1. Mecânica Quântica: A Integral de Caminho

O prefator

\[ W = \int [Dg][DA][D\psi][D\Phi] \; e^{iS} \]

é o funcional gerador da teoria de campos quânticos.
Ele afirma que, para calcular qualquer processo, deve-se somar todas as configurações possíveis de campos: geometrias \(g\), campos de gauge \(A\), campos fermiônicos \(\psi\) e o campo de Higgs \(\Phi\). Cada configuração contribui com um peso \(e^{iS}\), onde \(S\) é a ação.

Essa é a essência da mecânica quântica estendida aos campos: a realidade é o padrão de interferência de todas as histórias possíveis.

2. Espaço-Tempo e Gravidade

O termo

\[ \frac{m_p^2}{2} R \]

representa a ação de Einstein-Hilbert, onde \(R\) é a curvatura escalar de Ricci e \(m_p\) é a massa de Planck reduzida.
Ele codifica a relatividade geral: o espaço-tempo é dinâmico, curvado pela presença de energia e momento.

Embora a consistência quântica da gravidade ainda não esteja resolvida, a inclusão desse termo expressa nossa melhor teoria efetiva do espaço-tempo.

3. Campos de Gauge: As Outras Forças

\[ -\tfrac{1}{4} F^a_{\mu\nu} F^{a\mu\nu} \]

Esse termo compacto codifica a dinâmica dos campos de gauge: glúons (força forte), bósons W e Z (força fraca) e o fóton (eletromagnetismo). O símbolo \(F^a_{\mu\nu}\) generaliza o tensor do campo eletromagnético para campos de Yang-Mills não-abelianos.

A partir dessa única estrutura, pode-se derivar as equações de Maxwell no limite abeliano, bem como toda a maquinaria da cromodinâmica quântica (QCD) e da teoria eletrofraca.

4. Campos de Matéria

\[ i \bar{\psi}^i \gamma^\mu D_\mu \psi^i \]

Essa é a ação de Dirac para férmions: quarks e léptons. O índice \(i\) abrange três gerações.
A derivada covariante \(D_\mu\) conecta os campos de matéria aos campos de gauge, garantindo consistência com as simetrias do Modelo Padrão.

Essa é a afirmação matemática de como as partículas de matéria se propagam e interagem com as forças.

5. Acoplamentos de Yukawa

\[ \bar{\psi}_L^i V_{ij} \Phi \psi_R^j + h.c. \]

Esses termos descrevem as interações de Yukawa: os acoplamentos dos férmions ao campo de Higgs \(\Phi\).
Uma vez que o campo de Higgs adquire um valor de expectativa no vácuo, essas interações se traduzem em massas fermiônicas.

Os coeficientes \(V_{ij}\) codificam a estrutura de mistura de sabores (por exemplo, a matriz CKM para quarks).

6. O Setor de Higgs

\[ - |D_\mu \Phi|^2 - V(\Phi) \]

Aqui reside o próprio campo de Higgs.
O termo cinético \(|D_\mu \Phi|^2\) o conecta aos bósons de gauge, enquanto o potencial

\[ V(\Phi) = \mu^2 \Phi^\dagger \Phi + \lambda (\Phi^\dagger \Phi)^2 \]

conduz a quebra espontânea de simetria.
Isso quebra \(SU(2)_L \times U(1)_Y \to U(1)_{em}\), conferindo massa aos bósons W e Z, enquanto deixa o fóton sem massa.

A descoberta do bóson de Higgs no CERN em 2012 confirmou esse quadro.

7. A Afirmação Unificada

Juntos, essa ação expressa:

Não é a definitiva “teoria de tudo” — ela omite a matéria escura, a energia escura e uma teoria quântica completa da gravidade — mas é a descrição mais completa da realidade que a humanidade alcançou até agora.

Conclusão

Se outra inteligência nos pedisse para prestar contas das leis da natureza, apresentaríamos esta equação.

Não é poesia, mas carrega uma beleza profunda: uma única expressão que codifica a dinâmica do espaço, tempo, matéria e interação.

Este é nosso entendimento atual do universo, condensado em matemática.

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